A vitória dos professores Prata e Paraná na eleição para reitor da UFSC provou que a maioria da comunidade universitária não compactua com o esquerdismo sindical e com os grupos de invasão. Abaixo o comentário do jornalista Moacir Pereira no Diário Catarinense:
Vitórias e derrotas"A eleição do professor Alvaro Prata para o cargo de reitor constitui um marco na história da Universidade Federal de Santa Catarina e indício de que a maior instituição de ensino superior do Estado passará por profundas transformações. Em princípio, retomando as origens para renovar vínculos com a comunidade catarinense e seus
compromissos com o mérito, a ética, a legalidade, a ciência e a tecnologia.
A disputa esteve polarizada entre o engenheiro Alvaro Prata e o economista Nildo Ouriques, sem oferecer qualquer chance ao professor Fernando Kinoshita, o terceiro candidato, como ficou evidenciado na votação de apenas 1,72%.
A campanha de Prata, reforçada pela presença do candidato a vice-reitor, Carlos Alberto Silva, o dr. Paraná, dedicado diretor do Hospital Universitário, foi centrada na
valorização do estudo e da pesquisa, no expurgo ao sindicalismo partidário e pelo pluralismo ideológico. O programa de trabalho de Ouriques tinha pretensões mais amplas, incluindo atuação da UFSC na América Latina e compromissos políticos mais elásticos. Apoiado pelo PT e identificado com as bandeiras do presidente Hugo Chávez, Ouriques não obteve receptividade em sua pregação eleitoral. Caíram com ele o petismo e o chavismo. Com alguma surpresa para círculos acadêmicos, obteve 38,56% dos votos. Foi a sua terceira derrota. E perdeu entre professores, servidores e, pela primeira vez, entre os estudantes.
Ao conquistar 58,73% dos votos nos três segmentos universitários, o grupo de Prata obteve uma vitória insofismável e sepultou qualquer tentativa de recurso ou impugnação do pleito acadêmico.
A escolha do professor Alvaro Prata referenda uma proposta acadêmica de trabalho nova na condução da Reitoria. Tem sólida formação universitária no Brasil e no exterior e simboliza o que a UFSC tem de melhor na integração com a sociedade catarinense: as pesquisas realizadas pelas diferentes áreas da Engenharia no Centro Tecnológico, atividade que promoveu inovações tecnológicas que colocaram a indústria catarinense na liderança do competitivo mercado mundial em inúmeros produtos.
A partir de maio de 2008, a Universidade Federal terá como maior desafio a implantação de várias unidades no interior do Estado.
Ao novo reitor caberá a desafiadora missão de adotar mais profissionalização na gestão pública, prestigiando quem realmente estuda, trabalha e produz ciência e pesquisa tecnologia. Em resumo, prestígio ao mérito acadêmico.
O processo eleitoral sepultou, também, o sindicalismo sectário e o radicalismo, que isolaram a universidade da sociedade."
